segunda-feira, 31 de outubro de 2011

senta que lá vem....TRECHO DO LIVRO AS ESGANADAS

A Folha On Line disponibilizou o primeiro trecho do livro do Jô, as Esganadas. 


Confiram:  


Caronte odiava a mãe. Destilava por ela um ódio figadal desde a sua festa de aniversário de dez anos, quando, em vez do bolo, ela pôs na sua frente um prato com meio mamão enfeitado com as velas. O menino famélico soprou e odiou. Ao contrário dele, Odília era gorda. Muito gorda. Imensa. Parou de se pesar quando sua compleição obesa, de um metro e setenta de altura, acusou cento e quarenta quilos numa balança de armazém. Seu rosto era lindo, de uma beleza clássica. Começara a engordar depois da gravidez do único filho. Não fosse o excesso de peso, seu corpo suscitaria a inveja das antigas amigas do liceu. A mãe tinha medo de que seu filho engordasse. Um pânico desnecessário, porque Caronte herdara as características físicas do pai, magro como ele. O metabolismo acelerado do menino queimava as tortas e pastéis deglutidos às escondidas antes mesmo que ele terminasse de ingeri-los. Apesar dos apelos inúteis do pai, nada convencia Odília. Ela mantinha o filho sob dieta rigorosa. Cada prato minguado de legumes que a tirana lhe empurrava goela abaixo açulava o ódio que ele nutria pela mãe obesa. O que agravava essa tortura eram os cardápios portugueses que ela mesma planejava com esmero, usando receitas originais de sua avó natural da região do Minho. Odília costumava dizer ao prepará-los: "É o meu passatempo favorito. Melhor que fazê-los, só comê-los!", e desfechava uma gargalhada assustadora, sacudindo seu triplo queixo em cascata.
Foi num desses dias, ao ver a mãe aprontando uma bacia de Ovos Moles d'Aveiro, que Caronte decidiu matá-la. A morte de Odília foi considerada acidental. Na verdade, o "acidente" havia sido provocado por um empurrão do filho. O corpo fora encontrado no chão liso da cozinha como se ela tivesse escorregado e batido com a base do crânio na quina do forno, quando preparava um imenso Pudim Abade de Priscos. Antes de chamar a polícia, Caronte debruçou-se sobre o fogão e sorveu avidamente a calda caramelada do pudim mesclada ao sangue da mãe. Um espasmo sacudiu todo o seu corpo e a nódoa escura que se alargava na frente das suas calças revelava o fruto de um orgasmo incontrolável.
Um dia, Caronte vê uma gorda na rua lambendo um cone de sorvete. O rosto lindo lembra-lhe a mãe. Servindo- se da ponta da língua como um lagarto, a gorda desempenha movimentos ágeis e lascivos em torno da bola gelada. Com perícia, ela evita que as gotas escorram pelos dedos gorduchos. É quando Caronte percebe que jamais se livrará da mãe, a não ser que a mate sempre, sempre. Resolve assassiná-la novamente em cada gorda que encontrar. A partir de então, ele só vive para vê-la morrer. Começa a temporada de caça às gordas. (fonte Folha de São Paulo)

Eu gostei e vocês???

TOM ROB SMITH

Hoje entraremos no fantástico e fechado mundo da Rússia comunista, na época da ditadura de Stálin, através das incríveis obras do escritor Tom Rob Smith.

Falaremos dos seus livros CRIANÇA 44 (ed. Record, 2008) e O DISCURSO SECRETO (ed. Record, 2010).



Criança 44 foi o romance de estréia do escritor e de cara, já se tornou um best seller popularmente conhecido. 
No livro, Smith leva o leitor de volta à opressora e sanguinária Rússia de Stalin. 

SINOPSE:

União Soviética, 1953. A mão de ferro de Stalin nunca esteve tão impiedosa, reforçada pela Segurança do Estado - polícia secreta cuja brutalidade não é segredo para ninguém. Em seu governo, o líder soviético faz o povo acreditar que crimes simplesmente não existem.
Mas quando o corpo de um menino é encontrado nos trilhos de uma ferrovia, Liev Demidov - herói de guerra e agente do Estado - se surpreende ao saber que a família da vítima tem a certeza de que a criança fora assassinada. Os superiores do oficial ordenam que ignore a suspeita, e ele é obrigado a obedecer. Mas o agente desconfia de que há algo muito estranho por trás do caso.
De uma hora para outra, Liev coloca em dúvida sua confiança nas ações e políticas do Partido. E agora, arriscando tudo, o agente se vê na obrigação de ir atrás do assassino - mesmo sabendo que está prestes a se tornar um inimigo do Estado.


SINOPSE:

União Soviética, 1956: Stálin está morto. Com isso, o violento regime começa a perder força, deixando para trás uma sociedade em que a polícia é o criminoso e bandidos são inocentes. Um manifesto secreto, escrito pelo sucessor do ditador, Khruschev, circula entre o povo. A mensagem é clara: Stálin foi um tirano e um assassino. A promessa: a União Soviética mudará. Enfrentando seus próprios problemas pessoas, o ex-oficial de seguraça do estado Liev Demidov também está lutando para mudar. As duas jovens que ele e sua esposa Raisa adotaram ainda precisam perdoá-lo por sua culpa na morde de seus pais. Agora que a verdade está lá fora, Liev, Raisa e sua família estão em perigo causado por alguém consumido pelo sombrio legado da antiga carreira de Liev. Alguém tranformado no perfeito modelo de vingança.




Tom Rob Smith é filho de uma sueca e um inglês, nasceu em 1979, em Londres, onde mora até hoje. Criança 44, seu primeiro romance,  foi vendido para mais de vinte países, além de ter os direitos de adaptação para o cinema comprados pelo cineasta Ridley Scott (Blade Runner e Gladiador). Com O Discurso Secreto ele vem repetindo o sucesso do trailer anterior.

NOTA do blog: 

Existem dois tipos de leitura: a que é para entretenimento e a que é para aprendizado. 
E na minha opinião os romances de Tom Rob Smith se enquadram com maestria nas duas categorias. 

Descobri os livros dele através do site http://www.romancespoliciais.com.br , do Thiago Carvalho,  e a opinião favorável dele sobre a obra não era exagero.

Fica a dica para quem ainda não leu.







sexta-feira, 28 de outubro de 2011

senta que lá vem: LANÇAMENTO DA SEMANA

O lançamento sensação da semana é o novo livro de Jô Soares, chamado As Esganadas.





"As esganadas", novo romance do escritor, editado pela Companhia das Letras (com tiragem de 80 mil exemplares), que chega neste sábado às livrarias e à internet em versão digital. Quinto livro e quarto romance do comediante, "As esganadas" se passa no Rio de Janeiro da década de 1930 e conta a história do misterioso assassinato de mulheres gordíssimas, cujos corpos são sempre encontrados entupidos do que há de melhor na gastronomia portuguesa. Uma turma de protagonistas insólitos e hilários se dispõe a desvendar a trama, batizada pela imprensa da capital federal como "O caso das esganadas", numa corrida contra o tempo para evitar que o assassino faça sua próxima vítima.
Fã de romances policiais históricos, Jô Soares repete em "As esganadas" o mesmo formato de seus romances anteriores, "O Xangô de Baker Street", "O homem que matou Getúlio Vargas" e "Assassinatos na Academia Brasileira de Letras" (seu último, de 2005): uma mistura de trama policialesca com pesquisa histórica, regada a humor inteligente e fina ironia, um livro que se lê num fôlego só. São deliciosas suas reproduções de reclames do rádio da época ("Para fadiga mental, nervosa e muscular, o Phospho-Kola de Giffoni é saboroso, granulado e glicerofosfatado") e as descrições das partidas da Copa do Mundo de 1938, disputada na França, já tensa por conta da Segunda Guerra.

- Penso no livro como um roteiro de filme e jamais começo a escrever antes que eu saiba como vai terminar a história - diz Jô Soares em sua sala gigante, misto de escritório e sala de estar, no primeiro andar de seu apartamento dúplex, em Higienópolis, Zona Oeste de São Paulo.
Ele escreveu "As esganadas" em 18 meses:
- Todo dia pego no livro para trabalhar porque senão ele foge. Quase nunca escrevo menos de quatro horas por dia, às tardes e à noite. Mas, às vezes, ainda que não bata inspiração, abro o livro e coloco pelo menos uma vírgula, para não perder o fio da meada.


 Aos 73 anos, o humorista, dramaturgo, romancista, jornalista, ator e pintor José Eugênio (Jô) Soares é, ao mesmo tempo, uma das pessoas mais conhecidas do país e uma das que menos falam à imprensa. A não ser, diz ele, quando "há algo sobre o qual valha a pena falar, um projeto ou um trabalho, e que as pessoas possam ter interesse em saber a respeito". Por isso não tem página no Facebook nem perfil no Twitter ("Tenho um nível de ocupação tão diversificado que não posso entrar em mais uma atividade dessas"), mas acompanha com avidez as repercussões sobre seus livros na imprensa ("Todo artista é muito autocentrado, né?"). O fim de seu casamento com a designer Flávia Junqueira foi seguido com avidez sanguinária pelas revistas de fofoca, mas Jô nada disse. Tem sua maneira de falar de si e dos outros. Como na primeira página de "As esganadas", onde se lê: "Para Flavinha, sempre."
O apresentador Jô Soares /  Eliária AndradeApesar da maratona de entrevistas para a imprensa escrita - e que será apenas o início de uma longa jornada de apresentação do livro -, Jô fala pelos cotovelos. E tem assunto. 
Pergunto se procura no Google informações sobre Jô Soares.
- Não me googlo, nem me assisto na TV. É claro que a gente repassa o programa após a gravação para ver se precisa mudar algo, mas nunca depois. É assim desde os humorísticos. Quando está gravando, você se acha um Deus. Depois vou ver e a decepção é tão grande que eu me acho até gordo na tela - brinca.
Sem rotinas diárias, o humorista diz que o "Programa do Jô" é a coisa mais importante de sua vida, e tudo o mais tem que se adaptar à rotina de reuniões e gravações, incluindo livros. Depois de 22 anos fazendo o programa (11 no SBT e 11 na Globo), ele não está enjoado do formato.
- Mas isso não interessa. O que importa é o conteúdo, e nisso o programa se renova sempre porque os entrevistados são sempre diferentes. Isso também me renova. Neste tempo todo, consegui depoimentos que são verdadeiras memórias de gente como Luis Carlos Prestes ou Dom Helder Câmara. Nesse ponto, sou como o (jornalista americano) Larry King: são quase 15 mil entrevistas, e estou só começando. (fonte: Jornal O Globo)


NOTA do blog: Nunca li nenhum livro do Jô, e sendo bem sincera, também não sou muito fã do apresentador. Talvez seja até por isso que nunca (mesmo com tantos comentários e indicações sobre as obras dele) eu tenha nem ao menos tomado um de deus livros em mãos.

Mas começo a desconfiar que já passou da hora de eu romper esse "preconceito" e ler algum de seus livros e tirar, de uma vez por todas, as minhas conclusões.

E você, já leu algum livro do Jô? Dê sua opinião aqui!


SENTA QUE LÁ VEM: CARLOS RUIZ ZAFÓN..PARTE 3...MARINA

Finalizando nosso assunto sobre Carlos Ruiz Zafón, o post de hoje é dedicado ao livro Marina (Ed Objetiva, 2011) Marina foi escrito em 1999, antes até de A Sombra do Vento, porém publicado apenas agora no Brasil, recém lançado, no início de Outubro.

Vamos a sinopse do livro:



"De todos os livros que publiquei, Marina é um dos meus favoritos", afirma Zafón. "É possivelmente o mais indefinível e difícil de categorizar de todos os romances que escrevi, e talvez o mais pessoal de todos eles.
Neste livro, Zafón constrói um suspense envolvente em que Barcelona é a cidade-personagem, por onde o estudante de internato Óscar Drai, de 15 anos, passa todo o seu tempo livre, andando pelas ruas e se encantando com a arquitetura de seus casarões.
É um desses antigos casarões aparentemente abandonados que chama a atenção de Óscar, que logo se aventura a entrar na casa. Lá dentro, o jovem se encanta com o som de uma belíssima voz e por um relógio de bolso quebrado e muito antigo. Mas ele se assusta com uma inesperada presença na sala de estar e foge, assustado, levando o relógio. Dias depois, ao retornar à casa para devolver o objeto roubado, conhece Marina, a jovem de olhos cinzentos que o leva a um cemitério, onde uma mulher coberta por um manto negro visita uma sepultura sem nome, sempre à mesma data, à mesma hora.
Os dois passam então a tentar desvendar o mistério que ronda a mulher do cemitério, passando por palacetes e estufas abandonadas, lutando contra manequins vivos e se defrontando com o mesmo símbolo - uma mariposa negra - diversas vezes, nas mais aventurosas situações por entre os cantos remotos de Barcelona. Tudo isso pelos olhos de Óscar, o menino solitário que se apaixona por Marina e tudo o que a envolve, passando a conviver dia e noite com a falta de eletricidade do casarão, o amigável e doente pai da garota, Germán, o gato Kafka, e a coleção de pinturas espectrais da sala de retratos.


Em Marina, o leitor é tragado para dentro de uma investigação cheia de mistérios, conhecendo, a cada capítulo, novas pistas e personagens de uma intrincada história sobre um imigrante de Praga que fez fama e fortuna em Barcelona e teve com sua bela esposa um fim trágico. Ou pelo menos é o que todos imaginam que tenha acontecido, a não ser por Óscar e Marina, que vão correr em busca da verdade - antes de saber que é ela que vai ao encontro deles, como declara um dos complexos personagens do livro. (fonte: Ed Objetiva)






NOTA do blog: Marina é um livro curto (de 192 páginas que eu "devorei" em apenas 2 dias..rs) e realmente, como Zafón afirmou, tecnicamente categorizado como para infanto-juvenil. 
O Livro é bom e a sensação que ele provoca ao leitor é um retrocesso, voltando-se a si mesmo, a infância, numa época em que a maior parte dos problemas e angústias são tão irreais quanto superficiais. E como toda obra de Zafón o final transmite uma lição de vida, para reflexão (pelo menos é dessa maneira q eu o vejo).
Vale muito a pena a leitura, apesar de eu ainda continuar tendo como livro preferido A Sombra do Vento.




APERITIVO: E vem aí um novo lançamento de Carlos Ruiz Zafón, o nome original do título é: “El Prisionero del Cielo”, às vendas a partir de 17 de novembro na Espanha e nos EUA. 


Um breve resumo (traduzido) da sinopse desse novo livro tirado diretamente do site oficial do escritor ( http://www.carlosruizzafon.com/ )


Repleto de emoção e intriga, The Prisoner of Heaven é um romance magistral onde os fios da Sombra do Vento e O Jogo do Anjo convergem através da magia da literatura e nos leva para o enigma que está escondido no coração do Cemitério dos Livros Esquecidos.

Na Barcelona dos anos  50, Daniel Sempere e seu amigo Fermin, os heróis de A Sombra do Vento, regressam novamente para enfrentar o maior desafio de suas vidas.

Justo quando a vida lhe sorri, um sujeito perturbador visita a livraria Sempere com a ameaça de revelar um terrível segredo enterrado duas décadas na memória escura da cidade. Ao saber da verdade, Daniel percebe que seu destino o leva inexoravelmente a enfrentar a maior de todas  as sombras: a que está crescendo dentro dele.






Cabe a nós, leitores brasileiros, torcer para que o livro chegue logo até aqui!!
Bom fds!!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

SENTA QUE LÁ VEM: CARLOS RUIZ ZAFÓN PARTE 2.....O JOGO DO ANJO

Continuando nosso assunto sobre o autor Carlos Ruiz Zafón, hoje irei destacar mais alguns pontos sobre a carreira e a vida do escritor espanhol.


Zafón, além dos três livros já publicados no Brasil (citados no post anterior) também escreveu, na década de 90 uma trilogia de livros infanto-juvenis, composta por O Principe da Névoa (1993), O Palácio da Meia Noite (1994) e As Luzes de Setembro (1995).


O autor catalão deixou sua cidade natal em 1993, indo viver em Los Angeles com sua mulher, onde trabalha atualmente como roteirista e também colabora nos jornais espanhóis La Vanguardia e El País.


Vamos então a resenha sobre o livro O JOGO DO ANJO (ed. Objetiva, 2009)




Sinopse: 



Um escritor nunca esquece a primeira vez em que aceita algumas moedas ou um elogio em troca de uma história. Nunca esquece a primeira vez em que sente o doce veneno da vaidade no sangue e começa a acreditar que, se conseguir disfarçar sua falta de talento, o sonho da literatura será capaz de garantir um teto sobre sua cabeça, um prato quente no final do dia e aquilo que mais deseja: seu nome impresso num miserável pedaço de papel que certamente vai viver mais do que ele. Um escritor está condenado a recordar esse momento porque, a partir daí, ele está perdido e sua alma já tem um preço.
           


Enquanto guia seus leitores por cenários familiares, como a pequena livraria Sempere e Filhos e o mágico Cemitério dos Livros Esquecidos, Zafón constrói uma história que mistura o amor pelos livros, a paixão e a amizade. O autor conta que se permitiu brincar com o formato da obra, que combina diferentes estilos: “O Jogo do Anjo é, a meu ver, uma história de mistério e romance que, como a A Sombra do Vento, explora e combina numerosos gêneros, técnicas e registros. É novamente uma história de livros, de quem os faz, de quem os lê e de quem vive com eles, através deles e até contra eles. É uma história de amor, amizade e, em alguns momentos, sobre o lado obscuro de cada um de nós. Pelo menos essa é minha ambição, oferecer ao leitor uma experiência intensa e convidá-lo ao jogo da literatura.”
O protagonista e narrador do romance é David Martín, um jovem escritor que vive em Barcelona na década de 20. Aos 28 anos, desiludido no amor e na vida profissional e gravemente doente, o escritor David vive sozinha sozinho num casarão em ruínas. É quando surge Andreas Corelli, um estrangeiro que se diz editor de livros. Sua origem exata é um mistério, mas sua fala é suave e sedutora. Ele promete a David muito dinheiro, e sua simples aparição parece devolver a saúde ao escritor. Contudo, o que ele pede em troca não é pouco. E o preço real dessa encomenda é o que David precisará descobrir.


Quando perguntado se O Jogo do Anjo é melhor que A Sombra do Vento, não tem dúvidas ao responder que sim: “Eu gosto mais. Entre outras coisas porque a anterior comecei a escrever há quase dez anos. Quero acreditar que aprendi alguma coisa nesse tempo. Além disso, é um livro menos tímido. Eu vinha da literatura juvenil, e A Sombra do Vento é deliberadamente mais amável que O Jogo do Anjo. Um dos motivos é porque foi escrita através dos olhos de um menino que estava amadurecendo. Agora fui mais valente e escrevi a irmã perversa de A Sombra do Vento. É mais dickensiana.” E completa: “O Jogo do Anjo é mais interessante porque aprofunda e amplia novos aspectos excitantes da Barcelona dos anos 20. A cidade continua sendo um personagem fundamental, mas agora explorei mais seus aspectos góticos.” (fonte: Ed. Objetiva)

NOTA do blog: O Jogo do Anjo realmente é um livro mais adulto que o anterior a Sombra do Vento, porém, em minha opinião O Jogo do Anjo não consegue chegar aos pilares do fascínio que a Sombra do Vento proporcionou aos leitores.

O livro é bom (álias como tudo que Carlos escreve) contudo, para quem leu o anterior,  O Jogo do Anjo deixa um pouco a desejar no quesito surpreender, pois segue exatamente a mesma linha do suspense e mistério anterior. Eu por exemplo já imaginava o final mesmo antes de ter chegado até ele, o que também não retirou o brilho da narrativa nem a audácia da escrita e do fascínio ao qual os personagens me ganharam.

O bom de Carlos é que seus "vilões" por assim dizer nunca são aqueles escárnios no qual estamos acostumados a ver, são tão humanizados e sofridos que por certo momento é até possível sentir em meio aquela aura de mistério pena e condolência.


De todo o modo, O Jogo do Anjo valeu e muito, a leitura.


E você, concorda comigo?





quarta-feira, 26 de outubro de 2011

SENTA QUE LÁ VEM: CARLOS RUIZ ZAFÓN

E para começarmos com o pé direito, nada melhor do que falarmos sobre Carlos Ruiz Zafón, um dos grandes nomes da literatura mundial na atualidade.

Para quem não conhece, Carlos é um escritor espanhol, nascido em 1964 em Barcelona, e que já tem 3 livros publicados atualmente no Brasil. São eles: A Sombra do Vento (ed. Objetiva, 2007), O Jogo do Anjo (ed. Objetiva, 2010) e Marina (ed. Objetiva, 2011), este último lançado nesse mês de Outubro.

Carlos tem uma maneira peculiar e autêntica de narrar suas obras, levando o leitor a viajar junto com seus personagens a uma Barcelona antiga, gótica e surreal.

Vamos então falar um pouco sobre sua obra. 
E para começarmos, hoje falaremos sobre o romance mais vendido do autor e que o consagrou como um fenômeno literário: A Sombra do Vento.





Resumo da obra:

Tudo começa em Barcelona, em 1945. Daniel Sempere está completando 11 anos. Ao ver o filho triste por não conseguir mais se lembrar do rosto da mãe já morta, seu pai lhe dá um presente inesquecível: em uma madrugada fantasmagórica, leva-o a um misterioso lugar no coração do centro histórico da cidade, o Cemitério dos Livros Esquecidos. O lugar, conhecido de poucos barceloneses, é uma biblioteca secreta e labiríntica que funciona como depósito para obras abandonadas pelo mundo, à espera de que alguém as descubra. É lá que Daniel encontra um exemplar de A Sombra do Vento, do também barcelonês Julián Carax.
O livro desperta no jovem e sensível Daniel um enorme fascínio por aquele autor desconhecido e sua obra, que ele descobre ser vasta. Obcecado, Daniel começa então uma busca pelos outros livros de Carax e, para sua surpresa, descobre que alguém vem queimando sistematicamente todos os exemplares de todos os livros que o autor já escreveu. Na verdade, o exemplar que Daniel tem em mãos pode ser o último existente. E ele logo irá entender que, se não descobrir a verdade sobre Julián Carax, ele e aqueles que ama poderão ter um destino terrível.
Em sua busca de início aparentemente inocente, Daniel acaba adentrando os mistérios e segredos mais obscuros de Barcelona, e conhece uma galeria de personagens que vão ajudá-lo a resolver o mistério de Carax. Dom Gustavo Barceló, célebre livreiro barcelonês, seriamente interessado em comprar o exemplar de A Sombra do Vento que Daniel lhe mostra; sua linda sobrinha cega, Clara Barceló, que revela a Daniel os primeiros elementos do mistério que cerca Carax e sua obra e por quem o menino se apaixona perdidamente; Fermín Romero de Torres, mendigo de passado glorioso e aguçado senso de humor que se tornará o maior aliado de Daniel na busca da verdade; Nuria Monfort, mulher triste que guarda em seu apartamento escuro um grande e doloroso segredo; e Javier Fumero, o cruel policial que também parece dedicar a vida a perseguir o fantasma de Julián Carax.
À medida que vai descobrindo mais sobre a vida de Carax, Daniel entende que o mistério de sua obra está de alguma forma relacionado à história de amor entre dois jovens do início do século: o próprio Carax, filho de um modesto chapeleiro, e Penélope Aldaya, filha de uma família da alta sociedade de Barcelona. E enquanto a cidade e seus personagens vão aos poucos lhe revelando os segredos e as conseqüências dessa história de amor do passado, o próprio Daniel também descobre o verdadeiro amor nos braços de Bea, irmã mais velha de seu melhor amigo Tomás Aguilar.  (fonte. Ed Objetiva)


NOSSA OPINIÃO: 
 Confesso que quando minha sobrinha me ofereceu o livro para ler, peguei-o discrente. Talvez até por isso meu encanto tenha sido tão grande. Carlos soube retratar e dinamizar tão bem sua história, que em certos momentos imaginava-me ali dentro, no meio de uma Barcelona antiga e surreal.
A maneira vibrante e misteriosa com que a história é narrada será uma lembrança que certamente ficará gravada em minha memória, não importando quanto tempo se passar.


E você, já leu A Sombra do Vento? Conte-nos o que achou.